
O "laranja" A empresa de fachada MS Moura Alimentícios, situada no bairro de Messejana, teria como "laranja" um empacotador de supermercado. O fato de o proprietário ser de condições humildes - residentes em simples moradia no Bairro Vila Velha - e o elevado faturamento em pouco tempo de constituição, chamou a atenção do fisco e reforçou as suspeitas em torno da empresa. Em depoimento, o empacotador confessou que teria emprestado o seu nome em troca de um aumento salarial de menos de R$ 100,00 (de R$ 575,00 para R$ 650,00) e de uma promoção no emprego da função de auxiliar de depósito para encarregado de hortfruti. A proposta foi feita pelo dono do estabelecimento comercial onde ele trabalhava. O rapaz disse ainda que não teve acesso às contas da empresa. Apenas sabe que o açúcar era procedente de Goiás e era repassado diretamente para os compradores no Ceará. Investigação continua. De acordo com o promotor de justiça responsável pelo caso, os supostos envolvidos no esquema de ação interestadual poderão ser autuados por formação de quadrilha, falsificação de documentos e crime contra a ordem tributária. Para cada um desses crimes, a pena varia entre dois e cinco anos de detenção. A investigação do Ministério Público (MP) continua. "Na próxima semana ouviremos alguns dos envolvidos, contadores, empresários e funcionários ligados direta e indiretamente ao caso. Faremos até investigações em outros estados", informa Teodoro Silva Santos. Ele observa ainda que outras atividades comerciais podem também fazer parte do esquema de sonegação de tributos. "Uma operação como esta tem o objetivo de combater a sonegação fiscal para que empresários sérios, que pagam seus impostos em dia, não venham a sofrer com uma concorrência desleal", ressalta o membro do MP. Conforme Teodoro Silva Santos, o moderno sistema de controle de entradas e saídas de mercadorias utilizado pela Sefaz/CE - o Cometa - teria tido importante participação na constatação da ação.
LÍVIA BARREIRA
REPÓRTER