
Grupo acredita que os deputados governistas querem esconder a realidade das obras do PAC no Ceará. A comissão instalada na Assembléia Legislativa para analisar as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) no Ceará, antes mesmo de iniciar seus trabalhos já nasce enfraquecida. Ontem, quatro dos nove deputados que a compõem, retiraram seus nomes do colegiado: os dois parlamentares tucanos, Luiz Pontes e Tomás Figueiredo, além de Adahil Barreto (PR) e Heitor Férrer (PDT), autor do requerimento que criou a comissão. A saída de quase metade dos membros da comissão se deu pela celeuma criada em torno da disputa pelo cargo mais importante dentro do colegiado, o de relator, que segundo o deputado Welington Landim (PSB), teve como motivação o interesse político já influenciado pela campanha eleitoral de 2010. Houve quem discordasse da opinião de Landim. Para o deputado Luiz Pontes, "é muito grave começar uma comissão com a suspeição que vai ter pizza", o que foi logo retrucado por Welington Landim: "a comissão tem interesse político como tudo nesta Casa, ou vossa excelência é inocente agora?" .Dos nove membros que compõem a comissão, sete fazem parte da base aliada do Governo Federal, sendo os dois tucanos, os únicos representantes da oposição ao Governo Lula. Agora, com a saída do PSDB da comissão, o líder dos tucanos na Casa, deputado João Jaime, informou que sua bancada vai formar uma comissão "não oficial" também de análise das obras do PAC no Estado e que vai dar o parecer de seus dados pela tribuna da Assembléia, pontuando que a comissão está aberta a quem quiser participar. O deputado Adahil Barreto justificou sua saída da comissão especial por conta da desistência dos tucanos, que têm a maior bancada. "Perde muito. São 14 deputados do PSDB que estariam representados por dois deputados", alega. O deputado Heitor Férrer também colocou que a ausência da maior bancada na comissão pesou em sua decisão de sair do colegiado, mas deixou claro que sua desistência se deu especialmente por essa rixa entre oposição e situação sobre o PAC. "Me sinto frustrado pelo fato da disputa, porque a comissão terá o viés político partidário daqueles que querem mostrar que o PAC é bem desenhado e os que querem mostrar que ele não é tão bem desenhado assim". Estranho. O líder do Governo na Assembléia, deputado Nelson Martins (PT), que esteve à frente das articulações para a escolha dos deputados que ocupariam os cargos de relator e presidente da comissão, disse que achou estranho o PSDB não aceitar a presidência do colegiado, pois afirma que é tão importante quanto à relatoria. O parlamentar fez ainda um apelo público para que o PSDB reveja sua posição e permaneça na comissão, endereçado também à Adahil Barreto e Heitor Férrer. "Agora se isso não for possível, como a comissão já está formada oficialmente e foi publicada no Diário Oficial, a Assembléia deve manter o funcionamento da comissão até porque vai nos ajudar muito em saber em que pé estão as obras do PAC no Ceará", defendeu.O presidente do Legislativo cearense, deputado Domingos Filho (PMDB) apontou que a saída dos quatro deputados da comissão não vai inviabilizar os trabalhos da mesma.
Diario do Nordeste