

Os deputados federais José Airton Cirilo (PT) e Eugênio Rabelo (PP) entram, hoje, na mira da Corregedoria da Câmara Federal. Por ordem do presidente da Casa, deputado federal Michel Temer (PT-SP), o órgão deve apurar 25 casos de uso indevido de verba indenizatória por parlamentares. Na lista de suspeitos estão os dois cearenses. Segundo indícios, Cirilo e Rabelo justificaram os gastos da verba citando notas de empresas de fachada ou com endereços fantasmas. A denúncia foi feita pelo jornal Folha de São Paulo no último domingo. Ontem, Temer reuniu-se com o corregedor da Câmara, deputado ACM Neto (DEM-BA), para traçar os detalhes de como será feita a apuração. A chamada verba indenizatória chega a R$ 15 mil mensais e foi destinada para despesas de trabalho relativas ao último quadrimestre de 2008. O dinheiro deveria ser usado para alimentação, aluguel de veículos, aviões e escritórios, hospedagem em eventuais viagens etc. Contudo, foi diagnosticado que as empresas indicadas pelos dois deputados não existem no mercado ou operam de forma invisível ao consumidor comum. Airton e Eugênio, porém, negam qualquer fraude. Ambos garantem que os serviços foram prestados e os estabelecimentos de fato existem. Portanto, devem responder pelas notas fiscais emitidas. DISCURSO SIMILAR. Através de sua assessoria de imprensa, o petista rechaçou a tese de que houve irregularidade na licitação da AP Transportes Ltda. Conforme o gabinete de José Airton Cirilo, a empresa mudou de endereço logo após vencer o processo licitatório. A equipe de Rabelo utilizou-se de discurso similar para responder à suspeita. O contrato com a empresa Locautos Campo Verde foi confirmado e o serviço foi fornecido e pago. Entretanto, o gabinete ponderou que, se o estabelecimento mudou de endereço, os proprietários é que devem explicações à justiça. Ontem, Michel Temer afirmou que, mesmo com a confirmação dos indícios de fraude, os deputados devem receber sanções brandas e não a cassação de mandato, como alguns reivindicam. O peemedebista falou em penas alternativas aos parlamentares envolvidos em irregularidades. Fonte: www.antonioviana.com.br