PRÉ-CANDIDATO DO PSOL À PRESIDÊNCIA DO BRASIL

"Reflexões sobre o primeiro debate entre os pré-candidatos." "Segunda-feira, dia 8 de fevereiro, um calor escaldante em semana de folia no Rio de Janeiro. Mesmo assim, a sede de política fez transbordar o auditório do SINDSPREV, lotado e fervilhante em uma vitalidade empolgante. Aquela noite me deixou a sensação de ter vivido um momento histórico para o PSOL. A apresentação das propostas políticas e programáticas para a campanha presidencial representadas por mim, por Plínio e por Babá, mostrou que a discussão recém iniciada se dá em torno de concepções contrapostas numa frontal oposição entre dois campos. Não repetirei aqui a análise que desenvolvi em minha Carta ao Partido. Reafirmarei apenas que estamos diante de uma grande ameaça representada pelos que propõem um perfil de campanha acentuadamente propagandista e doutrinária. Caso esta linha prevaleça, acentuará os prejuízos eleitorais provocados pela ausência da companheira Heloísa Helena na campanha presidencial e pelo fato de não termos outra candidatura, com peso eleitoral, para substituí-la. O isolamento político voluntário da campanha será desastroso para o nosso desempenho nas eleições parlamentares, colocando em maior risco ainda nossos poucos mandatos. A dramaticidade que envolve nossas disputas pelos rumos do PSOL pode se revelar através de alguns temas ilustrativos que apareceram com muita força no debate de Rio de Janeiro. A idéia de uma campanha que busque deliberadamente “chocar” a opinião pública, contrasta com o esforço de Plínio para se mostrar simpático e cordato. E que combina formas radicalizadas com conteúdos conservadores resultando numa verdadeira incongruência política.