Já quase um terço da população afirma ter pelo menos uma doença crônica. Segundo levantamento do governo federal, somente 14,9 milhões de pessoas, ou 10,2% da população pratica atividade física com frequência. Mais de 60% tem menos de 34 anos e a maioria é homem. Estes dados foram divulgados pelo o Suplemento de Saúde da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) 2008, nesta quarta-feira (31). Estes são aqueles que se enquadram na definição de “ativo no lazer” da Organização Mundial da Saúde. Para a OMS, ser ativo é: praticar futebol, basquete, ginástica aeróbica, corrida (inclusive em esteira) ou tênis durante pelo menos três dias por semana, com duração diária de 20 minutos ou mais; ou caminhada ou outra modalidade de exercício físico ou esporte durante pelo menos cinco dias por semana, com duração diária de 30 minutos ou mais. Em uma abordagem mais ampla, 28,2% da população de 14 anos ou mais de idade, informaram ter praticado exercícios físicos ou esportes nos três meses anteriores a data da entrevista. Aqui foi considerado ainda como atividade física o costume de ir a pé ou de bicicleta do domicílio para o trabalho; andar a maior parte do tempo, carregar peso ou fazer esforço físico intenso no trabalho; fazer faxina no próprio domicílio, sozinha ou com ajuda de outra pessoa. A pesquisa mostra que 28,2 milhões de pessoas, cerca de 20% da população não realizam nenhuma atividade física. Dentre os idosos com mais de 65%, 1/3 não pratica qualquer exercício. Praticamente a metade das pessoas faz atividade duas vezes por semana, em geral (93,5%) por 30 minutos diários. Renda x Atividade A prática de exercício físico está relacionada à renda do cidadão. Em torno de 20,2% daqueles que ganhavam menos de 1 salário mínimo praticavam exercício físico ou esporte, enquanto entre os que ganhavam acima de 5 salários mínimos, este percentual ultrapassou 50%. Outro dado curioso da pesquisa é que mais de 1/3 dos trabalhadores do Brasil, ou 30,6 milhões, ia, em 2008, para o trabalho a pé ou de bicicleta. Esta era a forma de locomoção utilizada por mais da metade da população de 14 a 17 anos e por 41,5% entre aqueles com 18 a 19 anos. Entre os que tinham rendimento domiciliar per capita inferior a 1/4 do salário mínimo, o percentual dos que iam a pé ou de bicicleta para o trabalho foi estimado em 57,5%. Para a faixa acima de 5 salários mínimos, o percentual era de 10,8%. Um pouco menos da metade da população com 14 anos ou mais (49,7%) também afirmou que costuma fazer faxina no próprio domicílio, sozinha ou com a ajuda de outra pessoa. Pouco mais de 1/4 dos homens tinha esta prática, enquanto 72,1% das mulheres foram incluídas nesta estatística. Pressão alta e problema na coluna são doenças crônicas mais citadas por brasileiros Quase um terço da população (31,3%) afirma ter pelo menos uma doença crônica, segundo o Suplemento de Saúde da Pnad 2008 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) divulgado nesta quarta-feira (31). Desse total, as enfermidades mais citadas são a hipertensão (14%) e a dor na coluna (13,5%), seguidas de artrite ou reumatismo (5,5%), bronquite ou asma (5%), depressão (4,1%), doença cardíaca (4%) e diabetes (3,6%). A pesquisa mostra que há mais mulheres (35,2%) com doenças crônicas do que homens (27,2%). As regiões Sul e Sudeste são as que apresentam maior percentual de pessoas com pelo menos uma enfermidade crônica, com 35,8% e 34,2%, respectivamente. Em seguida, aparecem as regiões Centro-Oeste (30,8%), Nordeste (26,8%) e Norte (24,6%). Conforme a idade aumenta, o número de doenças declaradas também se eleva. Até os 19 anos, o percentual de pessoas com três ou mais doenças é próximo de zero. Para a faixa de 50 a 64 anos, o percentual sobe para 17,1%. Entre os brasileiros com 65 anos ou mais, 28,3% afirmam sofrer de três ou mais enfermidades. Nessa faixa etária, no entanto, 20,9% dizem não ter qualquer doença crônica. Quanto maior o rendimento domiciliar per capita, maior o percentual de pessoas que declaram ter ao menos uma doença. Entre aqueles com até um quarto de salário mínimo, 20,8% têm ao menos uma enfermidade. Entre aqueles com mais de 5 salários mínimos, o percentual sobe para 38,5%. A existência de doenças crônicas não sofreu variação significativa em relação à pesquisa de 1998, quando 31,6% relatou ter ao menos uma enfermidade. Já em 2003, a proporção foi de 29,9%. O suplemento da Pnad 2008 foi realizado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), em parceria com o Ministério da Saúde. Foram pesquisadas 391 868 pessoas e 150 591 unidades domiciliares distribuídas por todas as Unidades da Federação. Fonte: Uol