O modelo de segurança pública implantado no estado do Ceará é citado em reportagem da revista americana BusinessWeek desta semana. O texto aborda o perfil do especialista em segurança pública, Bill Bratton, que passou boa parte de sua vida trabalhando na “aplicação da Lei”, incluindo um trabalho realizado no estado Ceará, no último governo Tasso Jereissati. A reportagem destaca que Bratton tem experiência na aplicação do estilo americano em outros países. Depois que deixou de trabalhar para a prefeitura de Nova Iorque, ele montou sua própria empresa de consultoria de segurança, a Bratton Group. Entre os contratos que ele conseguiu, está um com o governo do Ceará. O texto explica que, no final de 1990, o então governador Tasso Jereissati estava preocupado com a violência, drogas e crime organizado, tão comuns no Rio de Janeiro e São Paulo e que estavam criando raízes na cidade de Fortaleza. “Nossa idéia era controlá-lo desde o início”, recorda Jereissati. Ele havia lido sobre Bratton e pediu que ele fizesse uma consultoria à Polícia cearense. A reportagem explica que no Brasil, como em muitos países, há a Polícia Militar, que mantém a ordem, e uma força civil (Polícia Civil) para investigar crimes. O atual senador disse à reportagem que foi difícil obter e compartilhar informações entre as duas polícias, pois ambas “achavam que estavam perdendo a sua autonomia”. Além disso, também houve resistência como os policiais mais antigos nas corporações. William Andrews, que tinha trabalhado como assistente especial Bratton em Nova York, esteve envolvido nos projetos. Segundo ele, no Brasil, um dos pontos principais foi a criação das delegacias-modelo. Tasso Jereissati, que deixou o governo em 2002 e depoi foi eleito para o Senado Federal, afirmou à Neewsweek sobre a real intenção das ações implementadas no Ceará: “Queremos formar pessoas, não apenas fazer um belo plano. Mas isso exige grandes mudanças para o sistema.” Por Dilson Alexandre