Na Assembléia Geral da CNBB, o arcebispo de Porto Alegre fez comentários controversos. Mas dom Orani Tempesta, porta-voz do evento, disse que isso não é o que a Igreja pensa. Comentários do arcebispo de Porto Alegre sobre pedofilia provocaram polêmica, na terça, na Assembléia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em Brasília. Nesta quarta, o porta-voz do evento afirmou que as declarações não refletem a opinião da Igreja. Dom Dadeus Grings é arcebispo de Porto Alegre e durante a Assembléia Geral da CNBB em Brasília foi designado para falar sobre a missão da Igreja no mundo. Na terça, na primeira entrevista coletiva, disse que as denúncias contra a Igreja são uma tentativa de desmoralização, porque a pedofilia é maior em outros setores da sociedade. “A sociedade atual é pedófila. Esse é o problema. Então facilmente as pessoas caem nisso. E o fato de denunciar isso é um bom sinal”. O arcebispo de Porto Alegre também fez comentários sobre liberdades sexuais e homossexualidade. “Antigamente não se falava do homossexual. E era discriminado. Quando começaram, olha, eles têm direitos de se manifestar publicamente, daqui a pouco eles vão achar os direitos dos pedófilos, é o direito deles. Não, isso é crime”. Nesta quarta, dom Dadeus foi aconselhado a não dar entrevista. As declarações de dom Dadeus surgem num momento delicado para a Igreja Católica. As dezenas de denúncias de pedofilia contra membros da Igreja no Brasil e em outros países como Estados Unidos, Irlanda e Alemanha levaram o Papa Bento XVI a prometer apuração rigorosa dos casos. Dom Orani Tempesta, porta-voz da Assembléia da CNBB, disse nesta quarta que os bispos são livres para dar opiniões, mas que as declarações de dom Dadeus foram mal interpretadas. Ele afirmou que a Igreja condena qualquer tipo de abuso sexual. “Não é doutrina da Igreja esse tipo de comportamento. Aqueles que fizeram e cometeram algum crime devem ser julgados segundo a legislação de cada país, do Brasil e tudo mais”. Fonte: Jornal Nacional