Mais de 65% das rodovias federais estão em estado deficiente a péssimo. Segundo o Ipea, para dar às estradas brasileiras a qualidade desejável, seriam necessários investimentos de R$ 183,5 bilhões. A BR-230 é uma das rodovias mais movimentadas do Ceará. É um retrato das estradas brasileiras: buracos, falta de acostamento e de sinalização. Problemas que se repetem em Mato Grosso, Minas Gerais e outros estados. Realidade que o caminhoneiro João Batista conhece muito bem. “Pneu estoura nos buracos, roda empenada, inclusive é o que mais acontece é isso, quebra a mola”, contou ele. Mais de 65% das rodovias federais estão em estado deficiente a péssimo. Segundo o Intituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), para dar às estradas brasileiras a qualidade desejável, seriam necessários investimentos de R$ 183,5 bilhões. De acordo com o Ipea, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) só cobre R$ 23 bilhões, 13% do valor necessário. O estudo do Ipea mostra que o custo do frete no país é, em média, 28% mais caro do que seria se as estradas apresentassem condições ideais e mais de 60% do transporte de carga no Brasil são feitos pelas rodovias. Um dos setores mais atingidos é a agricultura. “Se as estradas fossem melhores, portanto os produtores teriam um custo menor e a comida podia estar mais barata no supermercado e na mesa do consumidor”, diz a senadora Kátia Abreu (DEM-TO). O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes diz que o Ipea não contabilizou R$ 10 bilhões destinados à manutenção das estradas. E que até 2015, estão previstos investimentos de mais R$ 50 bilhões. “Nós chegaríamos, eu diria, pelo menos com 85% da nossa malha rodoviária em estado bom e entre o satisfatório e o insatisfatório, 15%”, declarou o diretor-geral do DNIT, Luiz Antonio Pagot. Para o Ipea, o governo deveria também aperfeiçoar os contratos de concessão das estradas exigir das concessionárias investimentos na ampliação da malha viária. “A produção agrícola crescendo, a produção industrial crescendo, nós vamos ter um fluxo maior de movimentação de cargas e estas rodovias concedidas estarão de certa forma congeladas, porque os contratos não preveem ampliação”, afirmou o coordenador de infraestrutura econômica do IPEA, Carlos Campos. Fonte: Jornal Nacional