O deputado Fernando Hugo (PSDB) pediu mais rigor na fiscalização da eleição no Estado

Deputados denunciam abuso no Estado todoAlém da compra de votos, ontem foi denunciado chantagem de servidores públicos para elegerem parentes. O deputado Fernando Hugo (PSDB) pediu mais rigor na fiscalização da eleição no Estado. De acordo com o parlamentar, não há controle dos gastos que os candidatos estão fazendo. Além disso, há a compra de votos, prática que vem crescendo no Interior do Estado. Fernando Hugo defende que o Ministério Público (MP), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-CE) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-CE) sejam mais rigorosos com a fiscalização e travem discussões sobre o assunto. "Não se pode deixar passar a limpo uma eleição sem controle de gastos, com compra de votos e chantagem. As campanhas milionárias estão aí, será que só nós estamos enxergando? " O tucano destaca que os gastos com as campanhas são tão absurdos que há candidatos a deputado com comitês maiores do que o do governador Cid Gomes (PSB), que disputa a reeleição. Além disso, alerta que nunca existiu de forma tão acentuada a compra de votos quanto agora. Moralidade O deputado Osmar Baquit (PSDB) confirma. Segundo ele, é comum ver candidatos com bolsas de dinheiro distribuindo com o povo. "Isso é um assalto à moralidade, a ética e aos bons costumes da política. Gente que nunca prestou serviço quando aproxima o pleito aparece como salvador da pátria, mas ao invés de levarem esperança, levam muito dinheiro", condena. De acordo com o deputado Gomes Farias (PSDC), há casos piores de cooptação de votos, em que prefeitos são obrigados a votar em parentes de conselheiros de tribunais de conta para conseguirem aprovar seus balanços. "Isso é uma imoralidade", denunciou. De acordo com o deputado Nelson Martins (PT), líder do Governo na Assembléia, o derrame de dinheiro nas campanhas pelo Interior ocorre de maneira aberta sem nenhum pudor. Para ele, o País já atingiu um grau de maturidade e de consciência suficientes para resolver esse problema, através de uma reforma política. Ele é um dos que defendem o financiamento público, com a criação de um fundo público exclusivo de campanha que disponibilizaria algo em torno de R$ 1,5 bilhão para serem gastos no período eleitoral. Tal valor, explica, seria distribuído proporcionalmente entre os partidos de acordo com sua representação no Congresso Nacional. O parlamentar argumenta que a influência econômica que existe hoje no processo eleitoral é muito maior que este valor e tal medida facilitaria o processo de fiscalização e reduziria a prática desse crime. "É preciso tomar atitude urgente", disse. O deputado Welington Landim (PSB) observou que a propaganda eleitoral, na televisão e no rádio, ajudará o eleitor a escolher os candidatos baseado nos serviços prestados e nas propostas apresentadas, ressaltando a necessidade das pessoas reconhecerem quais deles querem prestar um bom trabalho e fazer campanha de alto nível. Fonte: Diário do Nordeste