

Organizações humanitárias enviaram unidades médicas a várias regiões danificadas pelas piores enchentes dos últimos 80 anos no país, que afetaram especialmente a Província de Khyber-Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão. "A situação sanitária é muito perigosa. A maioria dos afetados continua sem receber atendimento médico dias depois do início da crise", disse o subdiretor de Saúde do Crescente Vermelho no Paquistão, Irfan Ullah. Segundo dados divulgados por Ullah, a maioria dos 15 mil pacientes atendidos sofria de diarreia, sarna ou outro tipo de doenças de pele. Mas estes números são só a ponta do iceberg de um cenário desolador, em que as águas destruíram casas, pontes e também muitos centros médicos situados às margens dos rios. Milhares de pessoas estão presas em suas casas e só poderão ser resgatadas por helicópteros. "O maior problema que estamos enfrentando é a destruição de infraestruturas. Só no vale do Swat (norte), 60 pontes caíram. A assistência não chega", disse o porta-voz no país do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Mike O'Brian. O porta-voz disse que as inundações contaminaram a água em amplas zonas, embora tenha descartado surtos de cólera. Segundo ele, os problemas enfrentados até agora são diarreias menores, problemas gástricos ou de pele, o 'habitual" neste tipo de catástrofes.

Barcos da marinha paquistanesa navegaram neste domingo por quilômetros de regiões inundadas para resgatar pessoas presas NO desastre que deixou muitos cidadãos revoltados e responsabilizando o governo. Os militares, que mantiveram um importante papel nas políticas externa e de segurança mesmo sob um governo civil, estão liderando os esforços de resgate, por já terem ajudado em outras crises, como o terremoto de 2005. Novas tempestades devem cair sobre o país nas próximas 36 horas. Botes e barcos da marinha saíram das áreas de onde a água transbordou no Rio Indus até localidades distantes, para ajudar paquistaneses que viram a quantidade de terra firme diminuir hora a hora e as águas levando seus rebanhos. Mulheres, com água até a altura do tórax, carregavam galinhas e roupas em suas cabeças antes de entrar nos barcos da marinha. Mesmo com os esforços de resgate melhorando a imagem dos militares e que haja uma percepção geral de que o governo civil é muito fraco e ineficiente para lidar com desastres, analistas não veem ameaça à administração atual. Extraído Folha.com