Em meio à catástrofe que já deixa ao menos 1.600 mortos a afeta 13 milhões de pessoas no Paquistão, o escritório de emergências do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) alertou nesta segunda-feira que há 3 milhões de crianças precisando de ajuda urgente no país. Chefe da área de emergências da Unicef no país, Óscar Butragueño explicou que a crise atual "aumentará consideravelmente" nos próximos meses o problema de desnutrição infantil no Paquistão, que já é "muito grande". A fonte disse que os organismos humanitários também estão muito preocupados que as crianças desabrigadas recebam atendimento médico adequado, pois são "mais vulneráveis" a doenças. Além disso, calcula-se que em torno de mil escolas não estão funcionando neste momento, por terem sido destruídas pelas águas ou ocupadas por pessoas que se ficaram sem casa. O Alto Comissário para Refugiados da ONU, Peter Kessler, classificou a situação como "catastrófica" e acrescentou dizendo que há milhares de pessoas isoladas, que se refugiam das águas mas não têm acesso à água, alimentos ou abrigo. "Há famílias inteiras apenas sentadas e acampadas nas estradas, pessoas somente enfileiradas em qualquer lugar das ruas onde podem ficar em segurança, enquanto um sentimento de nervosismo de que o pior está a caminho" domina as pessoas, disse Kessler à CNN. Os alertas da Unicef chegam no mesmo dia em que o presidente paquistanês Asif Ali Zardari retorna ao país após uma viagem à França e ao Reino Unido. Enfrentando fortes críticas por ter deixado o país por quase uma semana em meio à pior catástrofe natural dos últimos 80 anos no Paquistão, Zardari terá que explicar à população seus planos para gerenciar as crises sanitárias, humanitárias e de infraestrutura que atingem os paquistaneses. A ONU (Organização das Nações Unidas) revelou nesta segunda-feira que as inundações no Paquistão já mataram ao menos 1.600 pessoas e afetam 13 milhões, ultrapassando os danos causados pelo tsunami que atingiu o sudeste asiático em 2004. As Nações Unidas já têm confirmação de que a catástrofe no Paquistão --que se inicou numa Província no norte e já se espalhou por diversas outras áreas, inclusive rumo ao sul do país-- é maior do que o terremoto que atingiu o país em 2005 e o que devastou o Haiti no início deste ano. ISOLADOS
O governo e a ONU estimam que a mais de uma semana do início das chuvas cerca de 600 mil pessoas ainda estejam isoladas no vale Swat, sem água potável e com dificuldades sanitárias e alimentares. O mau tempo causado pelas tempestades constantes vem impedindo helicópteros de chegarem até a região. "Todas estas pessoas têm necessidades muito sérias de assistência, e estamos muito preocupados sobre sua situação", disse Giuliano. O enviado especial da ONU para lidar com a catástrofe, Jean-Maurice Ripert, disse no último domingo que o país vai precisar de bilhões de dólares provenientes de doações internacionais para se recuperar das cheias --algo muito preocupante quando a maioria das potências ainda se debate com os reflexos da crise financeira de 2008. DOENÇAS As enchentes que deixaram ao menos 1.600 mortos e uma crise sanitária no norte do Paquistão, com milhares de casos de diarreia e infecções de pele, atingiram neste domingo centenas de povoados no sul do país. As chuvas de monção que causaram este dramático cenário deixaram ao menos 15% do território paquistanês alagado, segundo fontes oficiais. "A situação continua piorando na província de Sindh (sul). Muitas zonas inundaram total ou parcialmente. Calculamos que nas últimas horas entre 330 e 340 povoados ficaram alagados", afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) Ahmad Kamal. A força e quantidade das águas causaram o rompimento de duas grandes represas na região, de Guddu e de Sukkur, piorando as inundações. Durante o dia, vários diques do sistema fluvial de Sindh sofreram danos parecidos. Ainda no domingo o primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Guilani, implorou as pessoas que abandonem as zonas ameaçadas, depois de supervisionar as tarefas de assistência aos desabrigados no distrito de Sukkur, em Sindh. Guilani admitiu que a crise ultrapassou a capacidade das autoridades, qualificou a catástrofe como maior que o terremoto de 2005 na região da Caxemira e pediu ajuda à comunidade internacional. CRISE SANITÁRIA Organizações humanitárias enviaram unidades médicas a várias regiões danificadas pelas piores enchentes dos últimos 80 anos no país, que afetaram especialmente a Província de Khyber-Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão. "A situação sanitária é muito perigosa. A maioria dos afetados continua sem receber atendimento médico dias depois do início da crise", disse o subdiretor de Saúde do Crescente Vermelho no Paquistão, Irfan Ullah. Segundo dados divulgados por Ullah, a maioria dos 15 mil pacientes atendidos sofria de diarreia, sarna ou outro tipo de doenças de pele. RESGATE Barcos da marinha paquistanesa navegaram neste domingo por quilômetros de regiões inundadas para resgatar pessoas presas NO desastre que deixou muitos cidadãos revoltados e responsabilizando o governo. Botes e barcos da marinha saíram das áreas de onde a água transbordou no Rio Indus até localidades distantes, para ajudar paquistaneses que viram a quantidade de terra firme diminuir hora a hora e as águas levando seus rebanhos. Mesmo com os esforços de resgate melhorando a imagem dos militares e que haja uma percepção geral de que o governo civil é muito fraco e ineficiente para lidar com desastres, analistas não veem ameaça à administração atual.
MAIOR DO QUE TSUNAMI
As fortes chuvas que castigam o país há mais de uma semana causam prejuízos enormes e levam organizações internacionais a emitir alertas para uma crise humanitária de grandes proporções. Alvo de críticas, o governo paquistanês enviou suas tropas para ajudar no trabalho de resgate e operações de emergência, mas já sinalizou não ter a infraestrutura e capacidade de resposta imediata suficientes para lidar com a catástrofe. O número de afetados pode aumentar ainda mais, já que a agência France Presse cita fontes alertando para ao menos 14 milhões de pessoas atingidas pelas chuvas. "Parece que o número de pessoas afetadas por esta crise é maior do que o terremoto do Haiti [2010], o tsunami [2004] ou até o terremoto do Paquistão [2005], e se o número for de fato tão alto como o divulgado pelo governo, é maior do que os três desastres juntos", disse Maurizio Giuliano, porta-voz do Departamento da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários. Cada tremor citado por Giuliano afetou as vidas de ao menos 3 milhões de pessoas, enquanto o tsunami que destruiu grande parte das regiões costeiras de diversos países do sudeste asiático afetou 5 milhões. FONTE: AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
O governo e a ONU estimam que a mais de uma semana do início das chuvas cerca de 600 mil pessoas ainda estejam isoladas no vale Swat, sem água potável e com dificuldades sanitárias e alimentares. O mau tempo causado pelas tempestades constantes vem impedindo helicópteros de chegarem até a região. "Todas estas pessoas têm necessidades muito sérias de assistência, e estamos muito preocupados sobre sua situação", disse Giuliano. O enviado especial da ONU para lidar com a catástrofe, Jean-Maurice Ripert, disse no último domingo que o país vai precisar de bilhões de dólares provenientes de doações internacionais para se recuperar das cheias --algo muito preocupante quando a maioria das potências ainda se debate com os reflexos da crise financeira de 2008. DOENÇAS As enchentes que deixaram ao menos 1.600 mortos e uma crise sanitária no norte do Paquistão, com milhares de casos de diarreia e infecções de pele, atingiram neste domingo centenas de povoados no sul do país. As chuvas de monção que causaram este dramático cenário deixaram ao menos 15% do território paquistanês alagado, segundo fontes oficiais. "A situação continua piorando na província de Sindh (sul). Muitas zonas inundaram total ou parcialmente. Calculamos que nas últimas horas entre 330 e 340 povoados ficaram alagados", afirmou o porta-voz da Autoridade Nacional de Gestão de Desastres (NDMA) Ahmad Kamal. A força e quantidade das águas causaram o rompimento de duas grandes represas na região, de Guddu e de Sukkur, piorando as inundações. Durante o dia, vários diques do sistema fluvial de Sindh sofreram danos parecidos. Ainda no domingo o primeiro-ministro paquistanês, Yousef Raza Guilani, implorou as pessoas que abandonem as zonas ameaçadas, depois de supervisionar as tarefas de assistência aos desabrigados no distrito de Sukkur, em Sindh. Guilani admitiu que a crise ultrapassou a capacidade das autoridades, qualificou a catástrofe como maior que o terremoto de 2005 na região da Caxemira e pediu ajuda à comunidade internacional. CRISE SANITÁRIA Organizações humanitárias enviaram unidades médicas a várias regiões danificadas pelas piores enchentes dos últimos 80 anos no país, que afetaram especialmente a Província de Khyber-Pakhtunkhwa, no noroeste do Paquistão. "A situação sanitária é muito perigosa. A maioria dos afetados continua sem receber atendimento médico dias depois do início da crise", disse o subdiretor de Saúde do Crescente Vermelho no Paquistão, Irfan Ullah. Segundo dados divulgados por Ullah, a maioria dos 15 mil pacientes atendidos sofria de diarreia, sarna ou outro tipo de doenças de pele. RESGATE Barcos da marinha paquistanesa navegaram neste domingo por quilômetros de regiões inundadas para resgatar pessoas presas NO desastre que deixou muitos cidadãos revoltados e responsabilizando o governo. Botes e barcos da marinha saíram das áreas de onde a água transbordou no Rio Indus até localidades distantes, para ajudar paquistaneses que viram a quantidade de terra firme diminuir hora a hora e as águas levando seus rebanhos. Mesmo com os esforços de resgate melhorando a imagem dos militares e que haja uma percepção geral de que o governo civil é muito fraco e ineficiente para lidar com desastres, analistas não veem ameaça à administração atual.
MAIOR DO QUE TSUNAMI
As fortes chuvas que castigam o país há mais de uma semana causam prejuízos enormes e levam organizações internacionais a emitir alertas para uma crise humanitária de grandes proporções. Alvo de críticas, o governo paquistanês enviou suas tropas para ajudar no trabalho de resgate e operações de emergência, mas já sinalizou não ter a infraestrutura e capacidade de resposta imediata suficientes para lidar com a catástrofe. O número de afetados pode aumentar ainda mais, já que a agência France Presse cita fontes alertando para ao menos 14 milhões de pessoas atingidas pelas chuvas. "Parece que o número de pessoas afetadas por esta crise é maior do que o terremoto do Haiti [2010], o tsunami [2004] ou até o terremoto do Paquistão [2005], e se o número for de fato tão alto como o divulgado pelo governo, é maior do que os três desastres juntos", disse Maurizio Giuliano, porta-voz do Departamento da ONU para Coordenação de Assuntos Humanitários. Cada tremor citado por Giuliano afetou as vidas de ao menos 3 milhões de pessoas, enquanto o tsunami que destruiu grande parte das regiões costeiras de diversos países do sudeste asiático afetou 5 milhões. FONTE: AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS