
Conheça os robôs Caipora e Saci, que transportam toneladas e podem acabar com incêndios. É um universo onde tudo é guiado pela inteligência artificial. O risco, os limites são minuciosamente calculados. Ao visitar a Universidade de Fortaleza, uma máquina pode atravessar o seu caminho. É um robô. Isso é comum, desde que uma empresa nascida no campus começou a se destacar. São seis anos de vida e já ficou pequena para quase 30 pesquisadores - a maioria alunos - e seus projetos. A idéia é que a cada modelo desenvolvido haja um avanço, uma melhoria. Seja um material mais leve para fabricação, seja uma comunicação mais eficiente sem fio ou uma maior capacidade de carga. O robô pode transportar mais de 2 toneladas. O nome remete ao folclore: C.a.i.p.o.r.a. É uma sigla, para "Carro automatizado instrumentado para perícia,observação, resgate e ataque a artefatos suspeitos". É comprido, mas explica bem: porque o que vai definir a utilização do Caipora é o tipo de equipamento que será instalado na sua plataforma. Há um braço mecânico para desarme de bombas, cilindros de oxigênio, para salvar vidas, quando o resgate for mais demorado. São várias aplicações, com poucos obstáculos. Conhecemos um primo do Caipora. O nome dele vem de outro personagem da nossa cultura. É o Saci. S.a.c.i. é “Sistema de apoio ao combate de incidentes”. O projeto nasceu no trabalho de fim de curso do engenheiro Roberto Macêdo. Para tirar a teoria do papel, ele precisou ouvir a experiência dos bombeiros. Desenvolveu, então, as esteiras que levam os 800 quilos do Saci. Pensou nas 13 baterias e nos sete motores que movem o robô e permitem a conexão de até três mangueiras d’água para lançar um único jato. “Ele pode chegar a 60 metros se der toda a vazão para ele”, diz o engenheiro Roberto Macêdo. Operar o robô é extremamente simples e até o repórter consegue fazer. Em um primeiro botão, o operador decide se o jato é mais focado, ou se quer abrir um pouco o jato, para criar o que se chama de cortina d’água. Ou então, consegue também colocar mais para cima ou mais para baixo o jato d’água. É só uma demonstração, mas o calor é intenso. Esse equipamento é importante para proteger o bombeiro do calor do fogo, que passa de 50ºC. “O robô não é capaz de substituir um bombeiro, porque a cabeça continua do bombeiro. Ele é que controla a distância. Agora, ele pode salvar um bombeiro”, compara o engenheiro Roberto Macêdo. O calor não é a única ameaça. Exemplo é o flagrante registrado durante um incêndio em uma antiga construção no centro do Rio de Janeiro. Quando os bombeiros se aproximam da estrutura, parte da fachada desaba e por pouco ninguém é atingido. "O bombeiro envia essa ferramenta como uma mangueira que anda sozinha até o local do incidente. Enquanto ele, salvo, está fazendo o combate na melhor situação possível. Você divide: a inteligência para o homem e o perigo para o robô", explica o engenheiro Roberto Macêdo. Na simulação com fogo, o robô foi rápido. O grande volume de água apagou rapidamente as chamas. É um aliado valioso para quem enfrenta riscos todos os dias. Fonte: Bom Dia Brasil.