Filhos de Políticos em Escola Pública

Aproveitando o dia da educação, é importante se lembrar, que o processo de educação começa com a família: os pais ensinam a seus filhos o que julgam ser certo, como devem se comportar e respeitar as outras pessoas. Em seguida, vem a escola, que, além de ensinar a vida em sociedade - para a qual os pais preparam os filhos -, habilita o jovem para escolher um ofício e ser economicamente produtivo. O mundo hoje, exige das pessoas uma preparação cada vez melhor. Boa parte da população, porém, nem sequer tem acesso ao ensino fundamental. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o Brasil ainda almeja alcançar e pela qual se esforça. Desde a última década do século XX, tem havido grandes avanços nessa área. O crescimento contínuo da taxa de escolarização vem reduzindo o analfabetismo, elevando o nível de instrução da população em todo o país e diminuindo, gradativamente, as grandes diferenças existentes entre as regiões. Em todo o Brasil, a proporção dessas crianças que não estavam na escola baixou de 9,8% para 4,3%; como conseqüências, houve redução do analfabetismo e elevação do nível de instrução da população. Sem sombra de dúvidas, a boa educação é a base de uma nação soberana e evoluída, capaz de construir o melhor para si, contribuindo para uma sociedade mais justa e com alta qualidade de vida. No ano de 2007, foi apresentado pelo Senador Cristovam Buarque (PDT – DF) um projeto que obriga políticos a matricularem seus filhos em escolas públicas. O projeto propõe essa obrigatoriedade a todo político eleito (vereador, prefeito, deputado, etc.). As conseqüências seriam as melhores possíveis. Quando os políticos se virem obrigados a colocar seus filhos na escola pública, A QUALIDADE DO ENSINO NO PAÍS IRÁ MELHORAR. E todos sabem das implicações decorrentes do ensino público que se tem no Brasil. Porém, O PROJETO SÓ PASSARÁ, SE HOUVER A PRESSÃO DA OPINIÃO PÚBLICA. Conheça um pouco mais sobre o projeto:

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2007

PLS - PROJETO DE LEI DO SENADO, Nº 480 de 2007

Art. 2º

Esta Lei deverá estar em vigor em todo o Brasil até, no máximo, 1º de janeiro de 2014 [...].

JUSTIFICAÇÃO

No Brasil, os filhos dos dirigentes políticos estudam a educação básica em escolas privadas. Isto mostra, em primeiro lugar, a má qualidade da escola pública brasileira, e, em segundo lugar, o descaso dos dirigentes para com o ensino público. Talvez não haja maior prova do desapreço para com a educação das crianças do povo, do que ter os filhos dos dirigentes brasileiros, salvo raras exceções, estudando em escolas privadas. [...] Além de deixarem as escolas públicas abandonadas, ao se ampararem nas escolas privadas, as autoridades brasileiras criaram a possibilidade de se beneficiarem de descontos no Imposto de Renda para financiar os custos da educação privada de seus filhos [...] Pode-se estimar que os 64.810 ocupantes de cargos eleitorais - vereadores, prefeitos e vice-prefeitos, deputados estaduais, federais, senadores e seus suplentes, governadores e vice-governadores, Presidente e Vice-Presidente da República – deduzam um valor total de mais de 150 milhões de reais nas suas respectivas declarações de imposto de renda, com o fim de financiar a escola privada de seus filhos alcançando a dedução de R$ 2.373,84 inclusive no exterior [...] O presente Projeto de Lei permitirá que se alcance, entre outros, os seguintes objetivos:

a) ético: comprometerá o representante do povo com a escola que atende ao povo;

b) político: certamente provocará um maior interesse das autoridades para com a educação pública com a conseqüente melhoria da qualidade dessas escolas.

c) financeiro: evitará a “evasão legal” de mais de 12 milhões de reais por mês, o que aumentaria a disponibilidade de recursos fiscais à disposição do setor público, inclusive para a educação;

d) estratégica: os governantes sentirão diretamente a urgência de, em sete anos, desenvolver a qualidade da educação pública no Brasil [...].

Fonte: IBGE