No sul do Chile, mais de cem pessoas ainda estão desaparecidas em duas cidades atingidas pelo tsunami que sucedeu ao terremoto. É terminantemente proibido estacionar. A placa originalmente não era para barcos, mas hoje mais de 40 estão espalhados do lado errado do porto de Tacahuano. “Foi uma onda de uns dez metros”, disse um senhor. Com força para botar de pernas para o ar barcos, caminhões, frigoríficos. Naufragar enfim toda a indústria pesqueira da cidade. É o emprego de muitos trabalhadores que foi arrastado pelo tsunami e que não será devolvido tão cedo. Se essa força arremessa barcos, o que será estar na primeira fila, de frente para o mar, quando ela chega? Mas em nenhum lugar do Chile existem tantos desaparecidos como em Curanipe. Era o último fim de semana das férias de verão e os chilenos queriam aproveitar. Vir para um lugar paradisíaco, cheio de árvores, ar puro, o camping estava lotado. O único problema era a localização: ele fica ao lado do mar. Os destroços estão por toda parte. Era pouco depois das 3h30. Um fortíssimo terremoto e 12 minutos depois a primeira de três ondas do tsunami. Estava tudo escuro e desorientados os turistas não tiveram para onde correr. Faltou tempo e informação. “Era uma onda de 13 a 15 metros. Os corpos podem estar no mar ou também soterrados debaixo da areia”, disse o policial. O longo trabalho para encontrar alguma pista ou identificação está sendo feito aos poucos. O comissário de polícia falou em pelo menos cem pessoas. A força do mar é muito grande quando vai, e enorme quando volta. Existe um ônibus a 300 metros mar a dentro. Os corpos continuam desaparecidos. Ao longo do ano, Curanipe é compartilhada por pescadores e por surfistas. O mar é limpo, as ondas constantes. No fim de semana do terremoto, estava programado um campeonato de surf. Jovens dizem que os moradores conhecem os perigos de um tsunami e sabem para onde fugir. Os turistas, não. Um monumento homenageia os pescadores que morreram no mar. Gente que partiu e não voltou. O tsunami trouxe o mesmo destino para muita gente. Fonte Jornal Nacional.