O mundo debate clima no Ceará

Representantes de 100 países são esperados na ICID%2b18. Cientistas, chefes de estado e instituições de fomento, juntos, discutem soluções de longo prazo para problemas ambientais e sociais em regiões de semiárido. São cinco dias para diretrizes que levam anos. Representam 33% da superfície da Terra e, nelas, são produzidas mais de 20% dos alimentos do mundo. As regiões do semiárido sofrem com as alterações climáticas. No Brasil, a desertificação só cresce e gera perdas de US$ 5 bilhões anuais e afeta negativamente a vida de mais de 15 milhões de pessoas. Para discutir soluções de logo prazo para a Terra enferma, representantes de cerca de 100 países se reúnem em Fortaleza, de hoje até o dia 20, na Conferência Internacional sobre Clima, Sustentabilidade e Desenvolvimento em Regiões Semiáridas (Icid+18). O evento acontece pela segunda vez no Ceará, após 18 anos da primeira Icid, com cerca de 600 participantes de 45 países de todos os continentes. No entanto, pouco - ou nada -, se ouviu falar de resultados dessa primeira edição. Por isso, soluções práticas, reais e exequíveis para os problemas de regiões semiáridas é o objetivo maior expressado pelo diretor da Icid+18, Antonio Rocha Magalhães. Além de complexas discussões, diz, a ampla programação vai apresentar experiência exitosas sobre os temas tratados, como desertificação e estiagem (seca). Um dos pontos fortes do evento é a preocupação com o aspecto social. Para as ações de intervenção nas vidas de quem está no semiárido, irão unir forças ciência, instituições financiadoras e tomadores de decisões. “A grande questão é que vão estar presentes as três conferência das Nações Unidas: desertificação, clima e biodiversidade. Justamente traçando cenários para a próxima década”, comenta o presidente do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Roberto Germano Costa. Para ele, outro ponto fundamental no debate é a educação ambiental. “A preocupação com a educação ambiental faz com que a sociedade se beneficie como um todo. É preciso que esses recursos naturais possam gerar riqueza para essas pessoas”, sugere. Costa vai participar da implantação de um observatório para o semiárido, com mais de 30 instituições, como os ministérios do Meio Ambiente e da Ciência e Tecnologia. As empresas também são componentes das soluções ao semiárido. Serão discutidas formas de incentivar projetos sustentáveis. ''Há uma mentalidade cada vez mais clara sobre a sustentabilidade. Isso tem um aspecto ambiental, social e econômico. Vale a pena aproveitar os recursos naturais de forma responsável”, destaca o consultor e ex-diretor do Bando Mundial (BID) para o desenvolvimento sustentável para América Latina e o Caribe, John Redwood. Para ele, é preciso incentivar as empresas, com mais crédito e sensibilização da necessidade de ser sustentável, inclusive, para a própria sobrevivência. SERVIÇO Icid+18: Conferência sobre questões do semiárido Quando: 16 a 20 de agosto Onde: Centro de Convenções Edson Queiroz . Por: Andreh Jonathas Jornal O Povo.