ONU mais apoio ao mundo para enfrentar inundações do Paquistão

O secretário-geral das Nações Unidas pediu que o mundo aumente os esforços para ajudar os milhões de desabrigados. O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, pediu hoje a comunidade internacional que aumente seus esforços para ajudar os milhões de desabrigados pelas inundações que o Paquistão sofre, uma catástrofe que, segundo ele, não tem comparação e está longe de terminar. "Vi muitos desastres naturais no mundo todo, mas nunca nada como isto (as inundações). Isto ainda não acabou, continuará durante semanas", declarou Ban em entrevista coletiva na base aérea militar de Chaklala, nos arredores de Islamabad, antes de abandonar o Paquistão após uma visita de um dia. Após assegurar que nem o tsunami de 2004 no sudeste asiático ou os recentes terremotos no Haiti e Chile alcançam a magnitude desta catástrofe, o secretário-geral da ONU pediu ajuda urgente para os mais de 14 milhões de desabrigados. "Precisamos de mais apoio da comunidade internacional. Estas inundações sem precedentes precisam de uma assistência sem precedentes. Temos que nos movimentar rapidamente", ressaltou Ban, que discursou ao lado do presidente paquistanês, Asif Alí Zardari. O secretário-geral da ONU se mostrou "convencido" de que o mundo "estará ao lado do Paquistão". Zardari, por sua vez, afirmou que "nunca uma parte do mundo sofreu este tipo de inundações", e suplicou a comunidade internacional que seja generosa com seu país e "escute a voz da ONU". O presidente paquistanês pediu à nação que permaneça unida para superar as inundações, que já alagaram quase 17% do território, deixando 1.384 mortos, 1.680 feridos e destruindo ou danificando 722 mil casas, segundo as autoridades. "Temos que estar unidos. Este é um assunto a longo prazo. Inshallah (se Deus quiser) esta crise fará a nossa nação mais forte", clamou Zardari. Tanto o presidente quanto o secretário-geral da ONU discursaram no fim de uma visita relâmpago de Ban a vários pontos de uma das áreas mais afetadas pelas inundações: o sul da província oriental de Punjab, onde o rio Indo transbordou e em algumas zonas planas chegou a inundar de 20 a 30 quilômetros além do seu leito. Ban queria ver por si mesmo a situação no Paquistão, para poder apresentar um relatório na Assembléia Geral da ONU do dia 19 de agosto, que será seguida por uma sessão plenária, e mobilizar assim o mundo de maneira mais eficaz. Na semana passada a ONU apresentou um plano de emergência que requer quase US$ 460 milhões para proporcionar comida, um teto, atendimento sanitário e acesso à água potável aos desabrigados em pior situação durante os próximos 90 dias. Por enquanto só um quinto da ajuda solicitada foi entregue, algo que alguns analistas acham que se deve ao déficit de confiança com o Governo paquistanês. A este respeito, o primeiro-ministro, Yousef Razá Guilani, disse hoje em sua reunião com Ban que será criada uma comissão independente para garantir a transparência na distribuição dos fundos e do material de assistência.Guilani disse, além disso, que "a escala e a magnitude do desafio foram muito além da capacidade de um país em vias de desenvolvimento e talvez inclusive de um país desenvolvido", por isso pediu solidariedade com o Paquistão e com as vítimas das inundações. Apesar das grandes perdas nas plantações, infraestrutura e gado, ainda difíceis de serem quantificadas, mas estimadas em bilhões de dólares, o Paquistão não deixa de ser palco de contínuos e frequentes atos de violência. Nas últimas 24 horas, pelo menos 16 pessoas morreram em um ataque de caráter étnico lançado por um grupo insurgente de Baluchistán (sudoeste), e 13 supostos talibãs morreram perto da fronteira afegã em um ataque com mísseis de um avião dos EUA. Extraído Gazeta Online.