Ceará 86 Municípios em ALERTA de EPIDEMIA de DENGUE

O Comitê Estadual de Mobilização contra a Dengue articula ações de mobilização no combate ao Aedes Aegypti. Indicadores do Ministério da Saúde apontam que 86 dos 184 municípios cearenses estão com risco alto ou muito alto de sofrerem uma epidemia da dengue em 2011. Este ano, segundo dados da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), 11.996 casos da doença e 19 óbitos foram confirmados no Ceará. Preocupados com os números, o Comitê Estadual de Mobilização Contra a Dengue, formado por 20 instituições, se reuniu ontem na Sesa para reforçar ações de prevenção e controle da doença. Com esse intuito foi criada a Caravana Estadual de Combate a Dengue. Amanhã, a Caravana estará no Cariri, e na segunda-feira em Sobral, região Norte do Estado. "O período para fazer esse trabalho preventivo é agora. Se esse trabalho for feito no restante de dezembro, janeiro e até fevereiro, vamos conseguir evitar uma epidemia em 2011", garante o titular da Sesa, Arruda Bastos. Entretanto, o secretário alerta que é fundamental que os prefeitos e o secretários de Saúde sejam as principais lideranças dos municípios.
Crianças "A bola da vez são crianças e adolescentes de zero a 15 anos". O alerta é do biólogo da Sesa, Luciano Pamplona. Ele explica que há oito anos a Dengue tipo 1 não circulava no Ceará. Durante esse intervalo, as crianças se contaminaram com outros sorotipos - existem quatro. O tipo 4 presente somente em Roraima. No entanto, com retorno do tipo 1 da doença, essas crianças vão estar expostas a uma nova infecção, podendo evoluir para uma quadro grave. O que justifica o aumento de crianças com quadro hemorrágico. Para o coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Ceará (UFC), Ivo Castelo Branco, a preocupação maior é com o risco de infestação do novo sorotipo - dengue tipo 4, em pessoas acima de 35 anos. "Cerca de 70% das pessoas desse grupo já foram infectadas com a dengue 1,2 e 3. Então, temos que reforçar o isolamento do vírus. Os municípios têm que estar atentos para detectar esse novo sorotipo, que já está em Roraima. Se ele chegar aqui, não vamos ter estrutura para atender toda essa demanda". Ivo acrescenta que serão menos casos, porém, casos mais graves da doença. O orçamento previsto pelo Ministério da Saúde para a saúde de todo Brasil em 2011 é de R$ 68 bilhões. No entanto, Arruda Bastos alerta para a necessidade de se ampliar esse recurso em mais R$ 32 bilhões, para que se complete os R$ 100 bilhões, valor ideal para atender a demanda de todos os Estados. Até o momento, o que conseguiram foi um acréscimo de R$ 1,5 bilhão, que vai servir para que o Estado aumente o teto de média e alta complexidade dos atuais R$ 127,00 para 150,00 per capta por ano. "Foi uma conquista", assegura Arruda. POR: LUANA LIMA REPÓRTER.